quinta-feira, 29 de novembro de 2018

O advento vai começar

 Como viver o tempo da espera

Começa no próximo domingo, 2 de dezembro (mais precisamente nas missas vespertinas de sábado e, neste dia, na liturgia das horas de Vésperas), o Advento, o tempo forte do ano litúrgico que prepara o Natal. 
O primeiro domingo do Advento abre o novo ano litúrgico.

«Um dos temas mais sugestivos do tempo do Advento» é a «visita do Senhor à humanidade», explicou  o papa Francisco no seu primeiro Angelus do Advento, na Praça de S. Pedro. E convidou à «sobriedade, a não ser dominado pelas coisas deste mundo, pelas realidades materiais». E numa das homilias durante a missa matutina na casa de Santa Marta, Francisco indicou que «a graça que nós queremos no Advento»: «caminhar e andar ao encontro do Senhor», ou seja, «um tempo para não se estar parado».

A liturgia

A cor dos paramentos litúrgicos do clero é o roxo. No terceiro domingo do Advento, o denominado domingo “Gaudete”, pode usar-se, facultativamente o rosa, representando a alegria pela vinda de Cristo. Nas celebrações eucarísticas não é recitado o Glória, de maneira que este hino antiquíssimo ressoe mais vivamente na missa da noite da solenidade do nascimento de Jesus.

A origem do Advento

O termo Advento deriva da palavra “vinda”, em latim “adventus”. O vocábulo pode traduzir-se por “presença”, “chegada”, “vinda”. Na linguagem do mundo antigo era um termo técnico utilizado para indicar a chegada de um funcionário, a visita do rei ou do imperador a uma província. 
Os cristãos adotaram a palavra Advento para exprimir a sua relação com Cristo: Jesus é o Rei, entrado nesta pobre “província” denominada de “Terra” para todos visitar; na festa do seu advento faz participar todos os que crêem nele. Com a palavra “adventus” queria-se substancialmente dizer: Deus está aqui, não se retirou do mundo, não nos deixou sós. Mesmo que não o possamos ver e tocar como acontece com as realidades sensíveis, Ele está aqui e vem visitar-nos de múltiplos modos.

O tempo da espera e as leituras

O Advento é o tempo da espera, celebrando a vinda de Deus nos seus dois momentos: a primeira parte do Advento convida a despertar a espera do regresso glorioso de Cristo; depois, aproximando-se o Natal, a segunda parte remete para o mistério da Incarnação (Jesus que se faz carne) e apela a acolher o Verbo feito homem para a salvação de todos. Isto é explicado no primeiro prefácio do Advento, ou seja, a oração que “abre” a liturgia eucarística dentro da missa, após o Ofertório. Nela sublinha-se que o Senhor «veio a primeira vez, na humildade da natureza humana, realizar o eterno desígnio do vosso amor e abrir-nos o caminho da salvação; de novo há-de vir, no esplendor da sua glória, para nos dar em plenitude os bens prometidos que, entretanto, vigilantes na fé, ousamos esperar».

Maria, ícone do Advento
O tempo do Advento tem como ícone a Virgem. O papa Francisco realçou que «Maria é o “caminho” que o próprio Deus se preparou para vir ao mundo» e é «ela que tornou possível a encarnação do Filho de Deus, “a revelação do mistério, envolvido no silêncio durante séculos eternos” (Romanos 16, 25)» graças «ao seu “sim” humilde e corajoso». A presença da solenidade da Imaculada Conceição faz parte do mistério que o Advento celebra: Maria é protótipo da humanidade redimida, o fruto mais excelso da vinda redentora de Cristo.

adaptado do texto de Giacomo Gambassi

In "Avvenire"

Trad.: SNPC - Publicado em 27.11.2017



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